quinta-feira, 16 de julho de 2015

FMI

Fundo Monetário Internacional

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fundo Monetário Internacional
FMI
IMF nations.svg

Mapa-múndi destacando os países-membros do FMI (em verde).
Fundação22 de junho de 1944 (71 anos)
TipoOrganização internacional
SedeWashington, D.C.
 Estados Unidos
MembrosEstados da ONU e Kosovo
Línguas oficiaisInglêsfrancês e espanhol
FiliaçãoOrganização das Nações Unidas (ONU)
Diretora-geralFrança Christine Lagarde
Sítio oficialwww.imf.org
Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional criada em 1944 naConferência de Bretton Woods (formalmente criada em 27 de dezembro de 1945 por 29 países-membros e homologado pela ONU em abril de 1964) com o objetivo, inicial, de ajudar na reconstrução do sistema monetário internacional no período pós-Segunda Guerra Mundial. Os países contribuem com dinheiro para o fundo através de um sistema de quotas a partir das quais os membros com desequilíbrios de pagamento podem pedir fundos emprestados temporariamente. Através desta e outras atividades, tais como a vigilância das economias dos seus membros e a demanda por políticas de auto-correção, o FMI trabalha para melhorar as economias dos países.1
O FMI se descreve como "uma organização de 188 países, trabalhando para promover a cooperação monetária global, a estabilidade financeira segura, facilitar o comércio internacional, promover elevados níveis de emprego e crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo".2 Os objetivos declarados da organização são promover a cooperação econômica internacional, o comércio internacional, o emprego e a estabilidade cambial, inclusive mediante a disponibilização de recursos financeiros para os países membros para ajudar no equilíbrio de suasbalanças de pagamentos.3 Sua sede fica em Washington, D.C.Estados Unidos.

Histórico e objetivos[editar | editar código-fonte]

Após a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, os países vinham implantando práticas protecionistas, e na Europa prevaleceu a política de desvalorização induzida da moeda para aumentar sua competitividade. No fim da Segunda Guerra Mundial, os países aliados decidiram por implantar um sistema mais liberalista, e é neste contexto que se desenvolveu o Sistema de Bretton Woods, composto pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e a Organização Internacional do Comércio (OIC). Caberia ao FMI fiscalizar as taxas de câmbio e conceder empréstimos em casos de desequilíbrio na Balança de pagamentos. Caso a taxa de câmbio ultrapassasse um "ponto de sustentação", o país deveria comprar ou vender sua moeda para manter a paridade com o dólar dos Estados Unidos dentro dos limites permitidos.4 O ponto de sustentação (ou "de intervenção") seria definido em 1% acima ou abaixo do câmbio original em dólar,5 e o câmbio original em dólar era definido por cada país no momento de sua adesão ao sistema.6 Por sua vez, os Estados Unidos deveriam manter a conversibilidade de sua moeda em 35 dólares por onça de ouro,4 e por isso este sistema ficou conhecido como "padrão dólar-ouro".6
Sede do FMI em Washington, D.C.
O FMI foi criado em 1944 com 45 países representados inicialmente em Bretton WoodsNew Hampshire, nosEstados Unidos.7
Tem como objetivo básico zelar pela estabilidade do sistema monetário internacional, através da promoção da cooperação e da consulta de assuntos monetários entre os seus 188 países membros.7 Com exceção de Coreia do NorteCubaLiechtensteinAndorraMônacoTuvalu e Nauru, todos os membros da ONU fazem parte do FMI. Juntamente com o BIRD, o FMI emergiu das Conferências de Bretton Woods como um dos pilares da ordem econômica internacional do pós-Guerra, além disso foi necessário a sua criação para evitar a repetição das desastrosas políticas econômicas que contribuíram para a Grande Depressão de 1929.7 O FMI tem como meta, evitar que desequilíbrios nos balanços de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países membros que possam prejudicar a expansão do comércio e dos fluxos de capitais internacionais. O Fundo favorece a progressiva eliminação das restrições cambiais nos países membros e concede recursos temporariamente para evitar ou remediar desequilíbrios no balanço de pagamentos. Além disso, o FMI planeja e monitora programas de ajustes estruturais e oferece assistência técnica e treinamento para os países membros.
O FMI se auto-proclama como uma organização de 188 países, trabalhando por uma cooperação monetária global, assegurar estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover altos níveis de emprego e desenvolvimento econômico sustentável, além de reduzir a pobreza.
Os objetivos da organização são; promover a cooperação monetária internacional, fornecendo um mecanismo de consulta e colaboração na resolução dos problemas financeiros; favorecer a expansão equilibrada do comércio, proporcionando níveis elevados de emprego e trazendo desenvolvimento dos recursos produtivos; oferecer ajuda financeira aos países membros em dificuldades econômicas, emprestando recursos com prazos limitados e contribuir para a instituição de um sistema multilateral de pagamentos e promover a estabilidade dos câmbios.

Assembleia de Governadores[editar | editar código-fonte]

Assembleia de Governadores
A autoridade decisória máxima do FMI é a Assembleia de Governadores do Fundo Monetário Internacional, formada por um representante titular e um alterno de cada país membro, geralmente ministros da economia ou presidentes dos bancos centrais.
A diretoria executiva, composta por 24 membros eleitos ou indicados pelos países ou grupos de países membros, é responsável pelas atividades operacionais do Fundo e deve reportar-se anualmente à Assembleia de Governadores. A diretoria executiva concentra suas atividades na análise da situação específica de países ou no exame de questões como o estado da economia mundial e do mercado internacional de capitais, a situação econômica da instituição, monitoramento econômico e programas de assistência financeira do Fundo.
A Assembleia de Governadores do FMI é assessorada ainda pelo "Comitê Interino" e pelo "Comité de Desenvolvimento" (conjunto com o BIRD), que se reúnem duas vezes por ano e examinam assuntos relativos ao sistema monetário internacional e à transferência de recursos para os países em desenvolvimento, respectivamente.
Teoricamente, os governadores elegem o presidente do FMI, porém, na prática, o presidente do Bird é sempre um cidadão dos Estados Unidos, escolhido pelo governo norte-americano. Já o director-presidente do FMI é tradicionalmente um europeu.
O dinheiro do FMI vem dos países-membros, entre os quais o Brasil e Portugal, por isso, o poder de voto depende da contribuição de cada país.

Diretoria Executiva[editar | editar código-fonte]

As discussões a respeito dos problemas financeiros das nações e suas possíveis soluções são discutidas três vezes por semana, e constitui dever da Diretoria Executiva. Ela é composta por 24 representantes. Existem 8 assentos permanentes e 16 membros da diretoria são eleitos bienalmente entre grupos de países. Os membros e seus respectivos grupos são:
Membros eleitosGrupos
 BélgicaÁustriaBielorrússiaBélgicaHungriaCazaquistãoLuxemburgoRepública ChecaEslovêniaTurquiaArmêniaEslováquia
 Países BaixosBósnia e HerzegovinaBulgáriaCroáciaChipreGeórgiaIsraelJugosláviaMoldáviaHolandaRomêniaUcrânia
 MéxicoCosta RicaEl SalvadorGuatemalaHondurasMéxicoNicaráguaEspanhaVenezuela
 ItáliaAlbâniaGréciaItáliaMaltaPortugalSan MarinoTimor-Leste
 CanadáAntígua e BarbudaBaamasBarbadosBelizeCanadáDominicaGranadaIrlandaJamaicaSão Cristóvão e NévisSanta LúciaSão Vicente e Granadinas
 FinlândiaDinamarcaEstôniaFinlândiaIslândiaLetôniaLituâniaNoruegaSuécia
 Coreia do SulAustráliaKiribatiCoreia do SulIlhas MarshallMicronésiaMongóliaNova ZelândiaPalauPapua-Nova GuinéFilipinasSamoa,SeychellesIlhas SalomãoVanuatu
 EgitoBahreinEgitoIraqueJordâniaKuwaitLíbanoLíbiaMaldivasOmanQatarSíriaEmirados Árabes UnidosIêmen
 MalásiaBruneiCambojaIlhas FijiIndonésiaLaosMalásiaMianmarNepalSingapuraTailândiaTongaVietnã
TanzâniaAngolaBotswanaBurundiEritreiaEtiópiaGâmbiaQuêniaLesotoMalauiMoçambiqueNamíbiaNigériaSerra LeoaÁfrica do Sul,SudãoSuazilândiaTanzâniaUgandaZâmbia
 SuíçaAzerbaijãoQuirguistãoPolôniaSérvia e MontenegroSuíçaTajiquistãoTurcomenistãoUzbequistão
 IrãoAfeganistãoArgéliaGanaIrãMarrocosPaquistãoTunísia
 BrasilBrasilColômbiaRepública DominicanaEquadorGuianaHaitiPanamáSurinameTrinidad e Tobago
 ÍndiaBangladeshButãoÍndiaSri Lanka
 ArgentinaArgentinaBolíviaChileParaguaiPeruUruguai
 Guiné EquatorialBenimBurquina FasoCamarõesCabo VerdeChadeRepública do CongoCosta do MarfimDjibutiGabãoGuiné EquatorialGuiné,Guiné-BissauMadagascarMaliMauritâniaMauríciaNigériaRuandaSão Tomé e PríncipeSenegalTogo

Moeda[editar | editar código-fonte]

O ativo financeiro ou moeda do FMI é o Direito Especial de Saque (DES, em inglês Special Drawing Rights ou SDRs). Substitui o ouro e o dólar para efeitos de troca. Funciona apenas entre bancos centrais e também pode ser trocado por moeda corrente com o aval do FMI.7 Tendo sido criado em1969, começou a ser utilizado apenas em 1981. Seu valor é determinado pela variação média da taxa de câmbio dos cinco maiores exportadores do mundo: França (Euro), Alemanha (Euro), Japão (iene), Reino Unido (libra esterlina) e Estados Unidos (dólar estadunidense). A partir de 1999, o euro substituiu as moedas francesa e alemã neste cálculo. O Fundo possui hoje, aproximadamente, U$ 310 bilhões, ou DES 213 bilhões, disponíveis para empréstimo. A cotação do DES hoje (23 de Janeiro de 2015) é de USD 1.401240.9 Através de média ponderada: soma de uma quantia específica das 4 moedas com a cotação em dólar estadunidense, com base nas taxas diárias de câmbio do mercado de Londres.

Cotas[editar | editar código-fonte]

Cada país membro detém no FMI uma cota a ser determinada com base em seus indicadores econômicos, entre eles o PIB. Quanto maior a contribuição ao FMI, maior é o peso do voto nas decisões. Há uma revisão geral das cotas a cada cinco anos. O Fundo pode propor um aumento nas cotas de determinado país, mas é necessária a aprovação por 85 % dos votos para qualquer modificação. Os membros que queiram aumentar sua cota devem pagar ao Fundo a mesma quantia em DES correspondente ao aumento.
Os cinco maiores acionistas são: Estados UnidosAlemanhaJapãoFrança e Reino Unido.
Cada país pode retirar 25 % de sua cota correspondente. Acima deste percentual, é preciso assinar um termo (carta de intenções, atrelada geralmente a um memorando técnico de entendimento) onde se compromete a reduzir o déficit fiscal e promover a estabilização monetária.
A partir de 1980, o FMI passa a funcionar como supervisor da dívida externa.
Recentemente, o combate à pobreza mundial vem-se tornando uma preocupação central.
  • Dez maiores cotistas
PosiçãoPaís MembroCotas (milhões DES)% das cotas
 Estados Unidos37.149,3017,46
 Japão13.312,806,26
 Alemanha13.008,206,11
 Reino Unido10.738,505,05
 França10.738,505,05
 Itália7.055,503,32
 Arábia Saudita6.985,503,28
 República Popular da China6.369,202,99
 Canadá6.369,202,99
10º Rússia5.945,402,79
17º Brasil3.036,102,46
42º Portugal1.029,700,43
  • Juntos, os 10 primeiros possuem 55,3% da capacidade total de votos.

Formas de financiamento[editar | editar código-fonte]

  • SBA - Acordo de crédito contingente ou acordo stand-by (Stand-by agreement) - é a política mais comum de empréstimos do FMI. É utilizada desde 1952 em países com problemas de curto prazo na balança de pagamentos. Essa política envolve apenas o financiamento direto de 12 a 18 meses. O prazo de pagamento vai de três a cinco anos. São cobrados juros fixos de 2,22% mais uma taxa variável que pode chegar a 2%
  • ESF - Programa de Contenção de choques externos (Exogenous Shocks Facility) - Crises e/ou conflitos temporários vinculadas a outros países e que influem no comércio, flutuações no preço de commodities, desastres naturais. Duram de 1 a 2 anos. Foca apenas nas causas do choque. Todos os membros podem pleitear esse empréstimo, mas sob as regras de um Plano de Assistência de Emergência.
  • EFF - Programa de Financiamento Ampliado (Extended Fund Facility) - Problemas de médio prazo, destinados àqueles países que possuem problemas estruturais no balanço de pagamentos. Procura-se resolver os problemas através de reformas e privatizações. Seu prazo vai de 3 a 5 anos.
  • SRF -Programa de Financiamento de Reserva Suplementar (Supplemental Reserve Facility) - problemas de curto prazo de mais difícil resolução, como a perda de confiança no mercado ou ataques especulativos. Esses empréstimos são pagos em um prazo de até dois anos e, sobre eles, são cobrados juros fixos de 2,22% ao ano mais uma taxa que varia de 3% a 5%
  • PRGF - Programa de Financiamento para Redução da Pobreza e Desenvolvimento (Poverty Reduction and Growth Facility) - destinada a países pobres. Está ligada às estratégias de combate à pobreza e retomada do crescimento. É exigido um documento do país membro contendo as estratégias para combate à pobreza. Com taxas de 0,5 % anuais, e podem ser pagos com prazo de 5½ a 10 anos.
  • Assistência Emergencial (Emergency Assistance), para auxilio a países que sofreram catástrofes naturais ou foram palco de conflitos militares e ficaram economicamente desestabilizados.

Poder de voto[editar | editar código-fonte]

Membro do conselho representanteTotal do poder de voto (%)
 Guiné Equatorial1,44
 Argentina1,99
 Índia2,39
 Brasil2,46
 Irão2,47
 Rússia2,74
 Suíça2,84
 China2,94
 Tanzânia3,00
 Malásia3,17
 Arábia Saudita3,22
 Egito3,26
 Austrália3,33
 Noruega3,51
 Canadá3,71
 Itália4,18
 México4,27
 Países Baixos4,84
 França4,95
 Reino Unido4,95
 Bélgica5,13
 Alemanha5,99
 Japão6,13
 Estados Unidos17,08

Apoio do FMI e do Banco Mundial às ditaduras militares[editar | editar código-fonte]

O propósito dos acordos estabelecidos em Bretton Woods se tornou controverso desde o período mais recente da Guerra Fria, devido ao fato de que o FMI apoiou ditaduras militares amigáveis aos interesses das empresas dos Estados Unidos e da Europa. Alguns críticos também argumentam que o FMI é geralmente apático ou hostil aos valores de uma democraciadireitos humanos e direitos trabalhistas. Estas controvérsias têm contribuído para dar sustentação ao movimento antiglobalização. Os argumentos a favor do FMI dizem que a estabilidade econômica é um precursor da democracia, entretanto, os críticos demonstram vários exemplos em que países democráticos foram a falência depois de receber os empréstimos do FMI.
Na década de 1960 o FMI e o Banco Mundial apoiaram o governo do ditador militar brasileiro Castello Branco com dezenas de milhões de dólares de empréstimos e créditos que foram negados em governos anteriores eleitos democraticamente.
Países que estiveram ou estão sob uma ditadura militar e que são membros do FMI/Banco Mundial (empréstimos vindos de várias fontes em milhares de milhões de dólares):10
País em dívidaDitadorNo poder desdeNo poder atédívida no início da ditaduradívida no fim da ditaduradívida do país em 1996dívida gerada pelo ditador ($ milhares de milhões) % sobre o total da dívida
 ArgentinaDitadura militar197619839,348,993,839,642%
 BolíviaDitadura militar1962198002,75,22,752%
 BrasilDitadura militar196419855,1105,117910056%
 ChileAugusto Pinochet197319895,21827,412,847%
 El SalvadorDitadura militar197919940,92,22,21,359%
 EtiópiaMengistu Haile Mariam197719910,54,2103,737%
 HaitiJean-Claude Duvalier1971198600,70,90,778%
IndonésiaSuharto19671998312912912698%
 QuêniaMoi197920022,76,96,94,261%
 LibériaDoe197919900,61,92,11,362%
 MalawiBanda196419940,122,31,983%
 NigériaBuhari/Abacha1984199817.831,431,413,643%
PaquistãoZia-ul Haq197719887,617
ParaguaiStroessner195419890,12,42,12,396%
 FilipinasMarcos196519861,528,341,226,865%
 SomáliaSiad Barre1969199102,42,62,492%
 África do Sulapartheid19481992018,723,618,779%
 SudãoGaafar Nimeiry/Sadiq al-Mahdi1969presente0,3171716,798%
 SíriaAssad1970presente0,221,421,421,299%
 TailândiaDitadura militar19501983013,990,813,915%
 Zaire
República do Congo
Mobutu196519970,312,812,812,598%

Críticas[editar | editar código-fonte]

O FMI tem sido muito criticado ultimamente, pois impõe medidas severas de contenção de gastos públicos, não considerando tais gastos como investimentos. A Ação Global dos Povos promoveu vários "Dias Globais de Ação contra o Sistema Capitalista" com manifestações por todo o mundo com início em 18 de Junho de 1999, em Colónia (Alemanha), durante a cimeira do FMI, marcando um novo tipo de mobilização do movimentoantiglobalização.11
O nível de instabilidade em países em desenvolvimento gera um grau de desconfiança em relação ao Fundo, fazendo com que as medidas para a concessão de empréstimos sejam austeras. No entanto, alguns fatos vêm nos demonstrando que à medida que o grau de confiança do FMI aumenta, há uma flexibilização das condições dos empréstimos. Recentemente, foi concedido ao governo brasileiro um acordo piloto que permite utilizar US$ 1 bilhão em investimentos públicos sem que eles sejam contabilizados como gastos. Durante os próximos três anos, o governo brasileiro poderá utilizar esse dinheiro sem ter que contabiliza-lo como custo.
O retorno financeiro é o fator mais importante na escolha de determinado projeto a ser implementado com base nessa folga orçamentária que será proporcionada pelo acordo piloto. A negociação já vem desde o governo passado, mas somente agora está sendo viabilizada. Aumentar e melhorar os mecanismos de controle de instituições nacionais com o intuito de evitar fraudes, como por exemplo, no INSS, também está na pauta do programa. A melhoria em infra-estrutura rodoviária já esta nos planos do governo. O Brasil não é único país em que o FMI esta começando a testar esse novo tipo de acordo e que poderá entrar como uma opção socialmente menos agressiva, pois não considera os gastos públicos como custos.
A confirmação definitiva só virá no encontro do FMI a ser realizado na próxima Primavera.
Stiglitz cita em seu livro A Globalização e Seus Malefícios uma fotografia de 16 de janeiro de 1998 em que aparecem o ex-presidente da Indonésia Haji Mohamed Suharto e o ex-diretor geral do FMI Michel Camdessus na ocasião da celebração de um programa de reformas que a Indonésia teria que implementar em sua economia. A foto mostra Camdessus de braços cruzados em frente a Suharto, enquanto este assina os termos do programa de empréstimo de 43 bilhões de dólares. Na cultura javanesa, isso é sinônimo de ofensa, pois demonstra arrogância. Assim que Suharto viu a foto, o acordo foi cancelado.12
Alguns, como Stephen Kanitz, vêem o FMI como um organismo dotado de uma agenda particular, com interesses diversos daqueles dos países cotistas. Afirma-se que muitos de seus pronunciamentos e atuações não têm por escopo a manutenção da ordem financeira do sistema internacional, mas sim assegurar o poder de sua tecno-burocracia.13
Além disso, o FMI também foi amplamente criticado por sua atuação frente as crises financeiras internacionais e mais particularmente em relação à crise econômica da Argentina em 2002. Atualmente, o organismo passa por uma série de reformas visando uma melhor adaptação de seus objetivos ao contexto internacional.14

Diretor Geral[editar | editar código-fonte]

DatasNomePaís
6 de maio de 1946 — 5 de maio de 1951Camille Gutt Bélgica
3 de agosto de 1951 — 3 de outubro de 1956Ivar Rooth Suécia
21 de novembro de 1956 — 5 de maio de 1963Per Jacobsson Suécia
1 de setembro de 1963 — 31 de agosto de 1973Pierre-Paul Schweitzer França
1 de setembro de 1973 — 16 de junho de 1978Johannes Witteveen Países Baixos
17 de junho de 1978 — 15 de janeiro de 1987Jacques de Larosière França
16 de janeiro de 1987 — 14 de fevereiro de 2000Michel Camdessus França
1 de maio de 2000 — 4 de março de 2004Horst Köhler Alemanha
7 de junho de 2004 — 19 de junho de 2007Rodrigo de RatoFlag of Spain.svg Espanha
28 de setembro de 2007 — 19 de maio de 2011Dominique Strauss-Kahn França
28 de junho de 2011 — AtualmenteChristine Lagarde França

Referências

  1. Ir para cima Escobar, Arturo. 1980. Power and Visibility: Development and the Invention and Management of the Third World. Cultural Anthropology 3 (4): 428–443.
  2. Ir para cima About the IMF IMF. Visitado em 14 de outubro de 2012.
  3. Ir para cima Articles of Agreement of the International Monetary Fund, Article I – Purposes
  4. ↑ Ir para:a b Luz 2008, p. 203-204
  5. Ir para cima Luz 2008, p. 168
  6. ↑ Ir para:a b Luz 2008, p. 160-161
  7. ↑ Ir para:a b c d Cooperation and reconstruction (1944–71) (em inglês) Cooperation and reconstruction (1944–71). Visitado em 11/04/2011.
  8. Ir para cima Stiglitz 2002, pp. 150
  9. Ir para cima [1]
  10. Ir para cima Dictators and debt Jubilee 2000, acesso em 21 de setembro de 2007
  11. Ir para cima Aproximações ao Movimento Antiglobalização arteeanarquia.xpg.com.br. Visitado em 13/04/2011.
  12. Ir para cima A globalização e Seus Malefícios: a promessa não-cumprida de benefícios globais faap.br. Visitado em 13 de abril de 2011.
  13. Ir para cima O PIB brasileiro Vai Cair! Vai Cair! Vai Cair! brasil.melhores.com.br. Visitado em 13/04/2011.
  14. Ir para cima HARDMAN REIS(T.), « La crise argentine et le FMI – Aspects juridiques ». Revista de Derecho Internacional y del Mercosur, Thomson International, Buenos Aires, Año 8, n. 1, março de 2004, pp. 43-65.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
WikiquoteCitações no Wikiquote
CommonsCategoria no Commons